quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Solidão por opção

Sempre gostei da solidão, mas daquela opcional, em que eu fico sozinha porque quero, simplesmente por desejar somente a minha companhia.
Entretanto, há vezes em que você necessita de pessoas, de amparo, de carinho, de uma palavra, e nessa hora você olha ao seu redor e percebe o quanto está sozinho... Esta é a solidão de que eu não gosto!
Aliás, para ser sincera não gosto de precisar dos outros, quem dirá necessitar da companhia de alguém, mas parece que a essência do ser humano é sempre ter alguém por perto, não posso fugir das origens, apesar de
tudo, sou humana não é?! Mas o que fazer quando surge essa necessidade extrema por atenção e companhia? O que fazer quando não se sabe lidar com isso? É exatamente o que tenho me perguntado todos os dias...
Nessas horas a família parece ausente, os amigos distantes, você mergulha cada vez mais no seu eu e chega até se cansar dele. Você questiona a natureza, questiona Deus, questiona porque tudo tem de ser tão difícil pra você... e de que adianta toda essa revolta contra o mundo se o problema está em você?! O problema esta na gente quando não conseguimos nos relacionar e pedir por ajuda, quando não conseguimos manifestar o quanto estamos vulneráveis ou quando não aceitamos o pouco ou o muito que algumas pessoas têm a nos dar; esta é a raiz do problema da solidão!
O mundo está cheio de solitários de plantão que requerem por atenção o tempo todo, mesmo aqueles, os populares da escola, os famosos da tv, os queridinhos do trabalho, todos tem em si a necessidade por atenção e quando não a atingem se sentem solitários e rejeitados.
É engraçado analisar as coisas assim, de outro referencial, porque eu me comporto desta forma o tempo todo, mas nunca tinha analisado como as coisas realmente funcionavam. Pensar assim me fez bem, me fez aproveitar esse momento de suposta solidão e principalmente me fez perceber que o fato de estar me sentindo sozinha pode ser resultado do meu comportamento com relação a mim mesma, com relação aos outros e com relação à vida.

Um comentário:

  1. Me-voilà novamente! hehehe
    Não compartilho da ideia de que todo ser humano é uma ilha, como dizem alguns filósofos. Somos feitos de sentimentos dentre os quais muitos só fazem sentido se compartilhados, divididos, vivenciados juntamente com outra pessoa. A solidão traz a reflexão. Quando estamos sozinhos, normalmente, refletimos sobre como seremos quando com ou em relação a alguém. A extrema solidão traz a carência, ou seja, a falta de um sorriso, de uma palavra, ou simplesmente de uma presença. Não digo também que devemos buscar no outro uma suposta metade que perdemos um dia (baseando-se no mito grego), mas acredito que as companhias são fundamentais para que cresçamos como INDIVÍDUOS que somos.
    Parabéns pelo post, um abraço.

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